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OpenAI demonstra interesse em adquirir o Chrome
Movimento surpreendente é revelado em meio ao julgamento que pode remodelar o domínio do Google sobre a busca online

A OpenAI, empresa conhecida por desenvolver o ChatGPT, afirmou em tribunal que estaria disposta a comprar o navegador Chrome caso o Google seja obrigado a vendê-lo. A declaração foi feita por Nick Turley, chefe de produto da empresa, durante uma audiência no processo movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra o Google, que pode levar à separação de unidades estratégicas do gigante da tecnologia.
O julgamento, que ocorre em Washington, é considerado um dos mais relevantes da era digital. Em 2024, o juiz Amit Mehta concluiu que o Google detém um monopólio ilegal sobre as buscas online. Agora, o tribunal discute possíveis soluções — entre elas, a cisão do navegador Chrome como medida para reduzir o poder da empresa no setor.
Segundo Turley, a OpenAI acredita que incorporar o Chrome permitiria aprimorar a experiência de navegação dos usuários ao integrar suas soluções de inteligência artificial com um navegador consolidado no mercado. A empresa já utiliza dados do Bing, da Microsoft, mas reconheceu enfrentar “problemas significativos de qualidade” com o serviço de busca atual, sem citar diretamente o parceiro.
Durante a audiência, veio à tona também que a OpenAI tentou negociar uma parceria com o Google no ano passado, buscando acesso à API de buscas da empresa. “Acreditamos que, com múltiplos parceiros e, em especial, com a API do Google, poderíamos oferecer um produto significativamente melhor ao público”, dizia um dos e-mails apresentados ao tribunal. Contudo, a proposta não foi adiante e hoje não há qualquer colaboração entre as duas companhias.
Paralelamente, a OpenAI vem desenvolvendo seu próprio índice de buscas, com o objetivo de utilizá-lo em até 80% das interações do ChatGPT até o fim de 2025. No entanto, Turley admitiu que a meta pode levar mais tempo do que o planejado inicialmente.
A manifestação da OpenAI pode redesenhar não apenas o futuro do Chrome, mas também a dinâmica de competição no ecossistema digital, onde o controle da experiência de navegação é um dos principais trunfos no embate entre gigantes da tecnologia.
Enquanto o Google se prepara para recorrer da decisão judicial, o setor observa atentamente o desfecho do caso, que pode redefinir os rumos da internet como conhecemos.