Acusação contra Otávio Mesquita pressiona SBT; Emissora diz que tomou as medidas necessárias

A polêmica envolvendo o apresentador Otávio Mesquita voltou aos holofotes após a ex-assistente de palco Juliana Oliveira acusá-lo de estupro durante uma gravação do programa The Noite, em 2016. Mais do que isso, a denúncia trouxe à tona questionamentos sobre a conduta do SBT diante das alegações e reacendeu o debate sobre responsabilidade institucional frente a casos de assédio no ambiente de trabalho.

Juliana afirma que procurou apoio interno na emissora, mas não foi ouvida. Segundo ela, a empresa adotou medidas paliativas — como escondê-la em banheiros para evitar o contato com o apresentador — sem jamais conduzir uma apuração formal. A situação culminou com sua demissão, que ela diz ter ocorrido sem qualquer diálogo ou acolhimento. “Fiz uma denúncia dentro de uma empresa comandada por mulheres e nem sequer me escutaram”, declarou em suas redes sociais.

A denúncia, que hoje tramita no Ministério Público de São Paulo, refere-se a uma cena exibida em abril de 2016, em que Mesquita, fantasiado de Batman, teria tocado indevidamente o corpo da assistente, agarrando-a em uma simulação de ato sexual, sob os olhos da plateia e do apresentador Danilo Gentili. Enquanto Juliana tentava se desvencilhar, os dois homens faziam piadas com a situação.

O que diz a emissora

Em resposta às críticas, o SBT publicou uma nota oficial afirmando que tomou as medidas necessárias por meio de seu Departamento de Governança Corporativa. Daniela Beyruti, CEO da emissora, também declarou publicamente que os protocolos internos foram seguidos conforme exigido. A emissora não entrou em detalhes sobre o que teria sido feito nem se houve, de fato, uma apuração interna no período da denúncia.

O silêncio que incomoda

A repercussão do caso provocou reações também entre outros artistas. Enquanto alguns colegas defenderam a emissora e minimizaram a denúncia, outros cobraram posturas mais firmes de combate a qualquer tipo de abuso, principalmente em ambientes midiáticos.

Juliana segue ativa nas redes sociais e promete seguir com o processo até que sua voz seja devidamente ouvida. Para especialistas, o caso pode marcar um importante precedente sobre como grandes empresas da comunicação lidam com denúncias graves em seus bastidores.